Não dá pra falar sobre nutrição infantil sem levarmos em conta os dramas vividos por pais e filhos na hora da refeição. De um lado, ficam as crianças torcendo o nariz para a salada e para os legumes. Do outro estão os pais praticamente implorando para que os filhos aceitem comer algo diferente de batata frita, nuggets de frango e macarrão, por exemplo.
Às vezes a situação é tão exaustiva, que os pais perdem a força e desistem de lutar: vão para o fogão, cozinham o macarrão e apenas torcem para que amanhã seja um novo dia.
Acredite, pode parecer que você está sozinho, mas essa batalha pela alimentação infantil saudável afeta milhares de famílias em todo o mundo. Diariamente eu ouço relatos de pais que não sabem mais o que fazer para que seus filhos comam de forma saudável e possam fazer escolhas realmente nutritivas no dia a dia.
Pensando nisso, separei alguns pequenos truques que podem te ajudar nesse processo. Isso significa que depois de segui-los seu filho nunca mais jogará a cenoura no chão e passará a implorar por um brócolis no almoço, igual aquele garotinho da propaganda? Infelizmente não. Seria uma irresponsabilidade da minha parte, enquanto nutricionista materno infantil, garantir isso. Mas certamente essas ideias irão te ajudar a dar passos positivos na direção certa, sempre de forma gradual e constante.
1. Ofereça opções
Ninguém gosta de ser forçado a fazer algo, especialmente bebês e crianças que diariamente tentam estabelecer sua independência. E essa regra vale também para a comida. Embora fazer uma escolha entre fatias de maçã ou um suco natural possa não parecer muita coisa pra você, isso já dá às crianças a autonomia que elas desejam, ao mesmo tempo que mantém você no controle da situação. Na verdade, vai ser muito mais fácil que seu filho se anime a experimentar um novo alimento ou prato saudável se ele achar que a ideia partiu dele. Você quem conduz e oferece as opções, mas ele quem escolhe!
2. Deixe-os fazer o próprio prato
Ainda seguindo a ideia de proporcionar aos pequenos uma sensação de independência e autonomia, se seu filho já tiver mais de três anos permita que ele assuma o controle e monte seu próprio prato durante as refeições. Pode demorar algumas tentativas, pode fazer uma certa sujeira de início, mas a maioria das crianças estará mais disposta a adicionar alimentos saudáveis aos seus pratos, se tiverem liberdade para escolher.
3. Não force
Vamos ser sinceros? Nem nós, adultos, gostamos de todos os alimentos. Logo, com as crianças não vai ser diferente. Portanto, se seu filho já provou algo de diversas formas e insiste em dizer que não gosta, não force. Apresente outros itens e vá montando uma lista de quais foram bem aceitos. Lembre-se que o mais importante nesse processo é conseguir fazer com que a criança prove a maior quantidade de alimentos possível, não que ela ame todos eles.
4. Eduque pelo exemplo
As crianças são extremamente influenciadas por seu ambiente - isso inclui cultura, mídia e família. E a influência dos pais é especialmente importante, inclusive na alimentação. É o que os especialistas chamam de "educação pelo exemplo". Quando as pessoas ao redor da criança têm hábitos alimentares saudáveis, é mais provável que elas se guiem por esse comportamento e também optem por produtos mais nutritivos. Pense nisso!
5. Cuidado com as compras
Se você quer evitar que seu filho faça escolhas não saudáveis dentro de casa, limite a oferta desses produtos evitando comprá-los quando você for ao mercado. Mantê-los na despensa vai sempre proporcionar uma competição injusta entre o brócolis e o pacote de batata frita, por exemplo. Ou entre o suco de caixinha e o suco de laranja in natura. Conhece o ditado de que “o que não é visto, não é lembrado?” Ele se encaixa perfeitamente nessa situação.
Agora que você conhece algumas estratégias para fazer as crianças comerem de maneira saudável, é hora de colocá-las em prática. Com um pouco de sorte e muita dedicação e amor você será capaz de superar a luta da hora das refeições e ajudar essa nova geração a desenvolver hábitos saudáveis para a vida toda.
E não se esqueça: se você tiver alguma dúvida, deixa aí nos comentários que eu volto para te responder. E se você tem alguma dica que funcionou na sua casa, compartilhe com a gente também. Vamos fazer deste espaço um grande mural de troca de experiências entre mães. Afinal, estamos todas juntas, certo?
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